2009-08-13

Ride

The world is like a ride at an amusement park.
And when you choose to go on it, you think it's real because that's how powerful our minds are.
And the ride goes up and down and round and round.
It has thrills and chills and it's very brightly coloured and it's very loud and it's fun, for a while.
Some people have been on the ride for a long time, and they begin to question:
"Is this real, or is this just a ride?"
And other people have remembered, and they come back to us, they say:
"Hey – don't worry, don't be afraid ever, because this is just a ride."

- Bill Hicks

2009-08-09

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

- Sarah Westphal Batista da Silva

2009-08-07

A Encruzilhada

O filme Crossroads (1986), conta a história de um jovem estudante, Eugene Martone (interpretado por Ralph Macchio), de música clássica que é apaixonada por blues. Sendo um aficionado por este estilo, descobre que Robert Johnson, famoso tocador de blues, tinha um contrato para gravar 30 músicas, tendo contudo gravado somente 29 até sua morte. Em busca da última música perdida de Robert Johnson, ele ajuda na fuga de Willie Brown (Joe Seneca), um antigo tocador de blues de um asilo-prisão. E assim começam a busca de ambos pela "Encruzilhada", local onde Robert Johnson teria vendido sua alma ao Diabo para se tornar um famoso cantor de blues.

O desfecho do filme dá-se com um glorioso duelo de guitarra entre o jovem estudante de música clássica e o rockeiro do Diabo, Jack Butler (nada menos do que o guitarrista Steve Vai).

- Fonte Wikipedia

A importância do duelo é extrema para Eugene Martone pois se perder, perderá também a sua alma!

Se a peça que ele toca no final não soar estranha, é porque já ouviram o Caprice No. 5, de Peganini.



Perspectiva: Existem duelos entre vozes que por vezes se parecem a este duelo de guitarras... pelo menos até que a melodia mude!

2009-08-06

Evening Solace

The human heart has hidden treasures,
In secret kept, in silence sealed;
­The thoughts, the hopes, the dreams, the pleasures,
Whose charms were broken if revealed.
And days may pass in gay confusion,
And nights in rosy riot fly,
While, lost in Fame's or Wealth's illusion,
The memory of the Past may die.

But, there are hours of lonely musing,
Such as in evening silence come,
When, soft as birds their pinions closing,
The heart's best feelings gather home.
Then in our souls there seems to languish
A tender grief that is not woe;
And thoughts that once wrung groans of anguish,
Now cause but some mild tears to flow.

And feelings, once as strong as passions,
Float softly back­a faded dream;
Our own sharp griefs and wild sensations,
The tale of others' sufferings seem.
Oh ! when the heart is freshly bleeding,
How longs it for that time to be,
When, through the mist of years receding,
Its woes but live in reverie !

And it can dwell on moonlight glimmer,
On evening shade and loneliness;
And, while the sky grows dim and dimmer,
Feel no untold and strange distress­
Only a deeper impulse given
By lonely hour and darkened room,
To solemn thoughts that soar to heaven,
Seeking a life and world to come.

By Charlotte Bronte

2009-08-04

Open your eyes


I know well this breeze that rushes trough my face.
It is calling for me, whispering my eyes to open.
Following its voice my vision awakes,
Only to find myself flying over the seashore.

It’s not strange to me to be flying,
Neither the small pair of wings that sustain me,
But why am I gray?

Absorb with this thought, I stare the ocean.
Is not blue the color I see, but also gray.
Glancing the clouds, that same color is found.
Even the sand in the shore, is painted like the ocean.

It’s not strange to me to be flying,
Not even my vision being carried by this body of a bird,
But why is everything gray?

Lost with this thought, I fall my vision to the sands.
It’s there where I find the first sign of life,
Like distant stars,
Something is sparkling from there.

I rush my wings to those small grains of light,
As I urge to ground the sands,
I start to glimpse what is shining:
Someone left a long trail of glowing footsteps in the sand!

It’s was then, that I realize why everything was gray.
All the colors have followed the one, who walked there,
And a trail of light was left there, for me to know,
Why everything else was colorless.

To say goodbye to my perfect sleep,
That’s why I’m here.
Never learned how to walk the sands,
That’s why I cannot follow it.

But something can…

So I rise to the highs,
Pull two feathers from my wings,
Gently, lay my smile between them,
And with a kiss, whisper them to follow the trail.

As I watch them go, a last glance I take to the oceans of gray.
A last smile I lay to the trail of lights.
While a last thought comes to my mind:
“I’m ready”

It’s then, that this perfect sleep comes alive,
And all those oceans at the same time,
Tenderly, whisper those words:
“Open your eyes”...

2009-07-27

The Perfect Sleep

This is a happy ending, after all.
And the kind of story we've been thinking of
isn't supposed to have a happy ending.
But this is the happiest ending for all of us.
You see, in our own way, she is mine and I am hers.
Perfection and imperfection.
That is why I close my eyes now.
I realize what she has taught me.
An imperfect sleep can be the most perfect one of all.
And now that I have had a perfect sleep
I will finally have a different kind of sleep,
a sleep from which I will never awaken again.

- From the movie: The Perfect Sleep

2009-07-22

Provérbio Persa

No deserto encontrei-me com Deus e ele falou-me sobre os dois maiores erros da humanidade: a pressa ante o tempo e a lentidão ante a oportunidade...

- Provérbio Persa

2009-07-20

Pensamento

Diz-me quem amas, dir-te-ei quem és...

2009-07-16

O outro lado da Luz

- Não que me interesse, mas onde vais desta vez?

+ Para o outro lado da luz!

- Para o outro lado da luz? Que parvoíce estas a dizer!

+ Tu és a luz, e eu vou para o outro lado.

- Hum… para o outro lado de mim, para o outro lado da luz! Estás a inventar novamente não estás?

+ Não. Na verdade estou muito lúcido, como me ajudaste descobri que talvez pelo outro lado da luz consiga chegar lá!

- Estou a ver, piraste mesmo de vez! (Suave mas intenso abrir do olhar) EU… não tenho Lados, Eu sou Eu! (Franzir de sobrancelhas) Da mesma forma que a luz não tem lados, ou existe ou não!

+ Talvez, mas tenho de tentar encontrar o outro lado!

- Bem tu lá sabes, tu és livre de fazer o que quiseres, de ir para onde quiseres, se é isso o que queres então vai.

+ Pronto.. cheguei.

- Chegaste? Chegaste onde? (Em pensamento: IRRA) Estás a dizer coisas sem nexo, e sem nenhum sentido, já reparaste?

+ É verdade que sou um pouco aluado, e por vezes um pouco lento, mas de alguma forma errante não deixo de perseguir o que aspiro.

- (Suspiro entediado… mental) Tu és como és, e se achas que chegaste onde aspiras então fico muito feliz por ti, mas agora quem tem que ir sou eu, pois tenho muito que fazer.

+ E não queres saber onde cheguei?

- (Suspiro arreliado… não verbal) Já sei, já me disseste, chegaste ao outro lado de mim, ou ao outro lado da luz, ou onde quer que seja, mas a verdade é que continuas aqui a estragar-me a beleza!

+ Hum…

- HUM, o raio… já estou a perder a paciência, e já começo a ficar atrasada. Tenho de ir… beijo.

+ Pronto, deixa-me só dizer isto…

- (Grito mental: NÃOOOOOOOO)… (Com voz paciente) Diz!

+ Tu és como a luz, iluminas tudo ao teu redor, iluminaste a ti própria, iluminas o teu caminho, iluminas o teu futuro, iluminas inclusive a minha luz, e como a tua é mais forte… eu, desapareço.

+ Eu gosto da tua luz, quero acompanha-la, mas para isso sei que tens de me ver, e para conseguir isso saltei para o outro lado da tua luz, o lado que está encoberto pelas lágrimas que deixaste cair ao longo da vida.

+ Sei que é quase impossível iluminar esse lado, pois até o encoberto das tuas lágrimas é resplandecente, mas como Adoro a tua luz, não consigo evitar de o tentar.

+ Beijo, agora já podes ir… Luz!

2009-07-15

{ Adeus Miguel }


Miguel, amigo e colega de trabalho respirou ontem pela última vez. Passaram 14 horas e 33 minutos desde de que soube da triste notícia, e desde então os meus pensamentos procuram determinar o que não está a funcionar correctamente na minha mente, pois revê com total clareza de som e imagem os episódios de conversas recentes que tivemos, mas de alguma forma esses episódios assemelham-se mais a sonhos, pois algo oculta a presença dele, tal como acontece nos sonhos, em que pessoas aparecem e desaparecem como se de magia se tratasse, e assim fico com a sensação de ser um passivo espectador de algo que não consigo definir.

O Miguel era acima de tudo um lutador, e por acréscimo um motivador, um líder, um bom profissional, conselheiro, desafiador, persistente, por norma sempre acompanhado de boa disposição apesar do grande stress que sempre o rodeava, brincalhão, e é claro um bom amigo. Era também um filho, um marido e um pai.

Recordo das últimas conversas que tivemos, de me dizer que costumava ser dos primeiros a chegar às empresas (apesar de eu saber que se podia dar ao luxo de chegar mais tarde), das horas tardias que as costumava deixar, de preparar trabalho à noite, de como tinha a preocupação diária de conciliar tudo isso para ter sempre tempo para estar com o filho e com a mulher.

Recordo bem do último jantar de negócios que tivemos, em que no final e a sorrir reforçou o que mais o motivava, o que era mais importante para ele: o filho.

Recordo como de uma forma simples me elucidou sobre o que é um amor de pai, foi com estas palavras:

Se a minha mulher cair no meio da estrada e eu vir um carro a ir contra ela, eu (nesta altura ele encolhe os ombros e abre bem o olhar) atiro-me para a frente do carro, que mais poderia eu fazer? (enquanto olha para mim com olhar interrogativo)!… Mas, se o mesmo acontecesse ao meu filho (e aqui cerra os olhos, e toma uma postura de investida) eu não sei como, mas sei que vou conseguir parar aquele carro!

Percebes? (Perguntou ele no final). Sorri, enquanto automaticamente saiu de mim um gesto afirmativo, ao mesmo tempo pensava: Sim Miguel, acho que entendo.

A minha vida transportará sempre partes da tua, assim como a saudade de ti.
As minhas orações estarão com aqueles que amas.

Morreu contra camião na A7
112 não atendeu chamada urgente

2009-07-13

Viagem


Respirar, é com este instintivo acto natural que iniciamos o viver neste mundo, é deste simples acto que dependera a longevidade da nossa estadia. Ao nascer já estamos munidos de alguns sentidos, como o tacto, o olfacto o que nos permitiu reconhecer de forma imediata o cheiro tranquilizante da mãe, o ouvir que nos permitiu identificar a voz dos pais, assim como o sentido de paladar. Após algum tempo em que os olhitos do pequeno bebé vagueiam errantemente perante tudo o que lhe aparece à frente, aprendem a focar, e com um olhar desmedido começam a ter as primeiras percepções visuais do mundo que o rodeia. Após passar pela fase de rastejar, de gatinhar, de cair muitas vezes, aprende com passos iniciais muito trémulos a caminhar.

Com o passar do tempo cada sentido passará por evoluções significativas, o tacto aprenderá a reconhecer diferentes superfícies, os diferentes tipos de calor humano que estão em cada toque de mão, em cada abraço em cada beijo, o olfacto aprenderá a reconhecer imensos aromas diferentes, a capacidade de ouvir também sofrerá imensas alterações, pois o som é de alguma forma omnipresente neste mundo, seja proveniente de pessoas, animais ou outros seres, seja da natureza, a capacidade de ouvir no seu limite conseguirá entender a voz do silencio.

O limite que cada uma dessas formas de sentir parece difícil de definir, pois existem pessoas que pouco evoluíram esses sentidos além do básico, existem outras que podem passar anos sem qualquer evolução e de um momento para o outro podem aprender por eles próprios ou por alguém uma nova forma de ver, de ouvir, de sentir ou de se expressar fisicamente que poderá alterar significativamente a sua forma de ver o mundo e de viver, por ultimo existem as pessoas que estão constantemente a testar os limites dos seus sentidos, e são esses os que melhor sabem que após uma vida inteira de aprendizagem ainda teriam muito para aprender.

E o Amar! Em que molde esta forma de sentir no coração se coaduna com os outros “sentires”? De que forma a evolução deste "sentir" se concilia com os outros? É inato? Aprende-se? Evolui? Muda? Ou simplesmente é algo que está lá, para se sentir ou não? Pondo de parte o amar maternal, o senso comum aponta um inicio, parece dizer que existem muitos factores que fazem despertar este sentimento, assim como existem outros tantos que o fazem adormecer. Além deste facto o amar tem outra característica, é composto por várias dualidades: entre o que se sente e o que se transmite, entre o que dá e o que recebe, entre o que é e o que é esperado que seja, entre o que muda e o que mantém inalterado.

O que o torna diferente dos outros “sentires”, é o facto de ser um sentir que começa num ser e termina num outro ser. Esta particularidade torna-o mais exigente de gerir, precisamente porque abrange dois seres. Para que atinja a sua plenitude não basta que seja suficiente para um, tem de o ser para dois, e é também por este facto que por vezes ele adormece apesar da força que sente em despertar para a vida.

O que faz alguém quando descobre que está a deixar de ver? De ouvir? Ou de sentir paladar? A resposta parece obvia: começa por ir a um médico, e no seguimento disso vai fazer Tudo o possível para evitar esse mal. E o que fazer quando se está a deixar o amor adormecer? Aqui a resposta já não parece tão óbvia, pois a solução encontra-se algures na sintonia das dualidades que o compõem, ou seja: torna-se necessário ajustar o que está bem para um, de forma a que fique bem para os dois. Por vezes isto é facilmente alcançável, por vezes difícil e outras, mesmo impossível, seja como for, a única forma possível para descobrir qual delas é… é não deixar de procurar até que se tenha a certeza. O consenso parece existir unicamente no `Tudo`.

Para que isso se concretize é essencial que ambos Queiram, é essencial que ambos Comuniquem, é essencial que ambos Amem, pois Amar não é o destino, Amar... nasce, aprende-se, manifesta-se, cresce, transforma-se, evolui, atinge a sua plenitude na Viagem
                                                    "Desses Dois"
através de todos os obstáculos da vida!

Aos loucos que ainda acreditam no Amor Puro, e aos lúcidos que sabem da dificuldade em o alcançar, desejo perseverança, pois o Amor também tem esta dualidade: a da loucura e da lucidez.

2009-07-12

Uma Semana

Quando temos aqueles
raros momentos de clareza
aqueles instantes em
que o universo faz sentido
tentamos desesperadamente
agarrarmo-nos a eles.
Eles são os barcos salva-vidas
para os tempos mais escuros
aquando da vastidão de tudo isso,
a natureza incompreensível da vida
nos escapa por completo.

Então a questão torna-se,
ou deveria tê-lo sido sempre:
o que fariam se soubessem
que tinham apenas um dia,
ou uma semana,
ou um mês de vida?
A que barco salva-vidas
se agarrariam?
Que segredo contariam?
Que banda iriam ver?
A que pessoa
declarariam o vosso amor?
Que desejo realizariam?
A que local exótico
viajariam para tomar um café?
Que livro escreveriam?


- Do filme: Uma Semana

2009-07-09

Vida

2009-07-06

Flores Raras


Conta-se que havia uma jovem que tinha tudo, um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida.

O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo tempo e ela estava sempre em débito em alguma área. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos, se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido...

E assim, as pessoas que ela amava eram deixadas para depois até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente:

Uma flor muito rara, da qual só havia um exemplar em todo o mundo.

O pai lhe entregou o vaso com a flor e lhe disse: filha, esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina!

Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, e, às vezes, conversar um pouquinho com ela. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.

Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.

Ela chegava em casa, e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava directo.

Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto!

A planta, antes exuberante, estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores murchas e as folhas amareladas.

A jovem chorou muito, e contou ao pai o que havia acontecido.

Seu pai então respondeu: eu já imaginava que isso aconteceria, e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor, porque não existe outra igual a essa. Ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família.

Todos são bênçãos que o senhor lhe deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.

Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Por fim, o pai amoroso e sábio concluiu:

Filha! Cuide das pessoas que você ama!

- Texto retirado da internet

2009-07-03

A jarra e a garrafa


Pego na jarra que contem a água que sobrou do jantar, preparo-me para a passar para uma garrafa para a levar comigo. Com a outra mão seguro a garrafa e com os braços suspensos faço dirigir a água da jarra para a garrafa. A abertura da jarra é pequena e muito lentamente a água desliza para o seu novo destino que se encontra dentro da garrafa.

“Isto vai demorar uma eternidade”, penso para mim enquanto assisto ao vagaroso deslize das gotas.

O olhar continua concentrado no pequeno fio de água que passa de um invólucro para o outro, da mesma forma que o meu pensamento também o faz: “Quando encho a garrafa da torneira tudo acontece muito rapidamente… esta lentidão está a fazer-me perder a paciência, tenho coisas mais importantes para fazer, e estar a olhar para água a arrastar-se não é uma delas”!

Quando estou prestes a desistir, reparo que a jarra já esta quase vazia, se aguentar um pouco mais terei conseguido chegar ao fim. É então que ao deslizar das últimas gotas percebo a importância daquele simples momento, é o facto de estar parado com os braços suspensos no ar que está a permitir o movimento da água, e então descubro como por vezes o agir é ficar imóvel, é saber esperar, que as gotas da vida cheguem ao seu destino.