2009-09-28

Barcarolle


O tempo voa e sem regressar
Carrega nossos carinhos,
Para longe deste oásis feliz
O tempo voa para sempre

Zéfiros ardentes,
Nos envolvam com suas carícias!
Zéfiros ardentes,
Dêem-nos seus beijos!
Seus beijos! Seus beijos! Ah!

Bela noite, oh noite de amor,
Sorri às nossas alegrias,
Noite tão mais doce que o dia,
Oh linda noite de amor!
Oh linda noite de amor!
Ah! Sorri às nossas alegrias,
Noite de amor, oh noite de amor
Le temps fuit et sans retour
Emporte nos tendresses,
Loin de cet heureux séjour
Le temps fuit sans retour.

Zéphyrs embrasés,
Versez-nous vos caresses,
Zéphyrs embrasés,
Donnez-nous vos baisers!
vos baisers! vos baisers! Ah!

Belle nuit, ô nuit d'amour,
Souris à nos ivresses,
Nuit plus douce que le jour,
Ô belle nuit d'amour!
Ô belle nuit d'amour!
Ah! Souris à nos ivresses!
Nuit d'amour, ô nuit d'amour!

- Barcarolle from 'Les contes d'Hoffmann' by Offenbach

2009-09-27

O querer da Alma


A alma manda na proporção do querer,
E enquanto não quiser,
Suas ordens não são executadas,
Porque é a vontade que dá a ordem de ser uma vontade
Que nada mais é que ela própria.
Logo, não manda plenamente,
E esta é a razão por que não faz o que manda.
Porque, se estivesse em sua plenitude,
Não mandaria que fosse, porque já seria.

- Santo Agostinho, Confissões

2009-09-25

A mulher perfeita

Certa tarde, conta uma antiga história sufi, Nasrudin tomava chá e conversava com um amigo sobre a vida e o amor.

- Por que você nunca se casou, Nasrudin?, perguntou o amigo.

- Bem, respondeu, Nasrudin, para dizer a verdade, passei toda a minha juventude a procurar a mulher perfeita. No Cairo conheci uma moça linda e inteligente, com olhos que pareciam olivas pretas, mas ela não era muito cortês. Depois, em Bagdá, conheci uma mulher de alma generosa e amiga, mas não tínhamos muitos interesses em comum. Muitas mulheres passaram pela minha vida, mas em cada uma delas faltava alguma coisa, ou alguma coisa estava demais. Então, um dia, eu a conheci. Era linda, inteligente, generosa e bem-educada. Tínhamos tudo em comum. Na verdade, ela era perfeita.

E então, replicou o amigo de Nasrudin, o que aconteceu? Por que você não se casou com ela?.

Pensativo, Nasrudin sorveu mais um gole de chá e concluiu: Infelizmente, parece que ela estava à procura do homem perfeito.

- Da tradição Sufi
- Paulo Coelho - Histórias para os pais, filhos, e netos - Volume I

2009-09-17

Heroes

Where does it come from, this quest, this need to solve life's mysteries when the simplest of questions can never be answered? Why are we here? What is the soul? Why do we dream? Perhaps we'd be better off not looking at all. Not delving, not yearning. But that's not human nature. Not the human heart. That is not why we are here. Yet still we struggle to make a difference, to change the world, to dream of hope; never knowing for certain whom we will meet along the way. Who among the world of strangers will hold our hand, touch our hearts, and share the pain of trying.

We dream of hope, we dream of change, of fire, of love, of death. And then it happens. The dream becomes real and the answer to this quest, this need to solve life's mysteries, finally shows itself like the glowing light of the new dawn. So much struggle for meaning, for purpose, and in the end, we find it only in each other. Our shared experienced in the fantastic and the mundane. The simple human need to find a kindred, to connect, and to know in our hearts that we are not alone.


- Heroes: Volume One: Genesis, T. Kring. Selected monologues.

2009-09-10

Fotografia

Um desejo adiado,
Uma despedida antecipada,
Num dia qualquer.
Um momento de tempo sem tempo,
Levou-o lá,
A um sítio qualquer,
E uma improbabilidade qualquer,
Chamou-o ali,
A esse preciso local,
Nesse preciso instante,
Talvez, só para lhe mostrar aquela Fotografia...

Sorriu para ela com carinho,
Sorriu para a vida com porfia,
Indeciso entre agradecer a oferenda,
Ou disputar o atrevimento que a vida teve,
Em invadir a vida dele.

“O dedo de Deus”,
È esse tocar que sente na alma,
Sempre que a vida lhe mostra uma improbabilidade qualquer.
“Por vezes devemos questionar Deus”,
Foram estas as palavras que leu num livro qualquer,
Que o despiram um pouco mais do véu,
Inerente à sua alma.

A vida comanda todos os corações,
Que ainda usam véus.
Comanda os pensamentos, os caminhos, a felicidade,
Das almas que ainda usam véus.
Prescindir dessa autoridade,
Exige deixar cair esse véu,
Esse véu que também protege,
Esse véu firmado num sitio qualquer,
Por um ser qualquer,
Não por elementos quaisquer,
Mas sim por,
Inocência e Fé!

Prescindir desse véu,
É prescindir do alento,
Que na sua improbabilidade própria,
A vida se manifesta sempre que extirpa um suspiro do coração.

Esse é o preço que têm de pagar,
Todos os que se atrevem a procurar serem livres no coração.
Pelo menos, até que encontrem,
Um outro qualquer véu, mais profundo...

2009-09-01

Envelhecendo


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