2009-09-10

Fotografia

Um desejo adiado,
Uma despedida antecipada,
Num dia qualquer.
Um momento de tempo sem tempo,
Levou-o lá,
A um sítio qualquer,
E uma improbabilidade qualquer,
Chamou-o ali,
A esse preciso local,
Nesse preciso instante,
Talvez, só para lhe mostrar aquela Fotografia...

Sorriu para ela com carinho,
Sorriu para a vida com porfia,
Indeciso entre agradecer a oferenda,
Ou disputar o atrevimento que a vida teve,
Em invadir a vida dele.

“O dedo de Deus”,
È esse tocar que sente na alma,
Sempre que a vida lhe mostra uma improbabilidade qualquer.
“Por vezes devemos questionar Deus”,
Foram estas as palavras que leu num livro qualquer,
Que o despiram um pouco mais do véu,
Inerente à sua alma.

A vida comanda todos os corações,
Que ainda usam véus.
Comanda os pensamentos, os caminhos, a felicidade,
Das almas que ainda usam véus.
Prescindir dessa autoridade,
Exige deixar cair esse véu,
Esse véu que também protege,
Esse véu firmado num sitio qualquer,
Por um ser qualquer,
Não por elementos quaisquer,
Mas sim por,
Inocência e Fé!

Prescindir desse véu,
É prescindir do alento,
Que na sua improbabilidade própria,
A vida se manifesta sempre que extirpa um suspiro do coração.

Esse é o preço que têm de pagar,
Todos os que se atrevem a procurar serem livres no coração.
Pelo menos, até que encontrem,
Um outro qualquer véu, mais profundo...

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