2009-04-30

Demoraste muito!


Ele termina de colocar os talheres que faltavam, e espera por ela que traz o jantar. Assim que chega, ambos se sentam ao mesmo tempo. Atenta como é a todos os pormenores diz-lhe em tom de gracejo:
- Continuas um aluado, onde está a colher do arroz?
Ele encolhe os ombros e sem falar pede-lhe desculpa com um sorriso. Ela levanta-se e caminha em direcção à cozinha para ir buscar o que falta, e mesmo em fato de treino, caminha com a mesma elegância que demonstraria se usasse o seu melhor vestido ao percorrer corredores repletos de alunos. Enquanto observa aquele “flutuar”, fica a pensar: “se ela soubesse o quanto é difícil estar atento ao mundo, sempre que ela está por perto!”, mas acaba por tomar consciência uma vez mais, que tem de continuar a tentar.

Uns trinta segundos depois ela volta, e enquanto se senta ele observa:
- Demoraste muito!
Franzindo muito subtilmente uma das sobrancelhas (é o que ela costuma fazer, sempre que ele diz coisas sem nexo, e ela fica a tentar descobrir em que mundo pára ele desta vez)
Ai sim! E então porquê? Diz ela a sorrir.
Não sei explicar, só sinto que demoraste muito. Responde. Ao qual ela calmamente comenta:
Estiveste anos sem estar junto a mim, pensei que já te tinhas habituado às minhas “ausências”!
Então ele diz-lhe:
- Minha querida, nunca me habituei a estar sem ti, simplesmente aprendi a conseguir faze-lo. Sim, desde de que tiveste de ir, comecei por contar em segundos e terminei em anos, mas como sabes o tempo é relativo quando é o coração que o sente. Para uns uma vida inteira não chega, porque não encontraram, para outros um segundo é demais porque encontraram, para mim o tempo tem o teu nome... O tempo que demoraste a ir e voltar da cozinha, foi exactamente o mesmo que decorreu ao longo dos anos que se passaram desde do nosso último jantar, demoraram o tempo do mesmo instante, em que senti “demoraste muito”!

O vôo da renovação


A História da Águia é bem conhecida, mas vale a pena uma constante reflexão.

A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isso acontecer, por volta dos 40, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.

Nessa idade, suas unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil.

Nesse momento crucial de sua vida a águia tem duas alternativas: não fazer nada e morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que se estenderá por 150 dias.

A nossa águia decidiu enfrentar o desafio. Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se em um ninho próximo a um paredão, onde não precisará voar. Aí, ela começa a bater com o bico na rocha até conseguir arrancá-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar as velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só após cinco meses ela pode sair para o vôo de renovação e viver mais 30 anos.

Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

- Conteudo retirado da Internet

2009-04-29

O Chamamento


Aluado como é, ele não percebeu de imediato o que estava a acontecer. Porque razão todo o mundo físico que o rodeava se desvanecia tal como fumo lançado ao vento! Foi necessário mais um batimento do coração para que ele percebesse porque é que as nuvens eram agora o seu chão, porque razão teve de mudar a direcção daquela força que o puxava para não mergulhar no plasma do sol, e ainda mal recomposto do susto, porque teve de fazer nova mudança de direcção para evitar uma cabeçada com a lua… Suspenso no vácuo, rodeado por mares de estrelas, ele procurou a mão de Deus. Pensou que só ela teria a força para o retirar do mundo daquela forma. O tempo parou, assim como todos os mares de vida em seu redor, e no mesmo instante todos os sons que emanavam desses mares. Nesse silêncio absoluto, ele ouve um meigo chamamento de vida, sussurra numa leve batida, que aos poucos foi crescendo, que aos poucos ia preenchendo aquele infinito de silêncio, que aos poucos se tornou tão sonoro, tão intenso, tão forte que rebentou numa imensurável onda de choque que fez ressuscitar todos aqueles mares adormecidos de vida! Era o seu coração, ainda batia e estava a falar para ele... Se o coração ainda batia, então não poderia ter sido Deus que o tinha chamado! Foi então que soube:

“Ela” estava a chamar por ele!

E sem que nada mais o conseguisse deter, antes de deixar que um novo batimento tivesse início, ele tinha partido e tinha chegado, e nesse mesmo instante

“Ela sentiu a presença dele...”

Parada, suspensa, e sem mexer os lábios ela sorriu. Sim, sorriu aquele sorriso que tantas vezes fez com que o sol, fosse, sedento ter com ele.. sedento de quê? Nem ele nem o Sol chegaram a descobrir, só sabiam que era a ele que o Sol procurava sempre que ela sorria, e era o Sol que ele procurava sempre que sentia que ela precisava de sentir o calor do sorriso dele.

Ela sorria por ele ter chegado, por saber que ele chegaria, por ter visto a viagem atabalhoada que ele percorreu para chegar até ela. O Sol e a Lua sempre foram os seus mensageiros, e ele quase que se esbarra contra ambos. Elegância nasceu com ela, ele continua a levar os astros à frente sempre que tenta aprender a fazer-lhe uma vénia sem tropeçar! Mas é assim a existência desse amor que o puxou, suave como a delicadeza do movimento de uma vénia, e forte o suficiente para tirar qualquer entidade astral da sua orbita.

Tinha deixado para trás: constelações, universos, o sol e a lua para estar com ela. Mas nada disso importava pois eles existiam onde quer que ela estivesse, ela era o centro, e tudo o resto orbitava à sua volta, inclusive o mundo secreto dele, o mundo onde as mãos dela sempre estiveram unidas às dele, com naturalidade, sem tremor, sem nervosismo, sem hesitar, o mundo que ele encheu de oceanos por saber o quanto eles a acalmavam, repleto de desertos, para que ela nunca esquecesse que ele atravessaria qualquer um deles para estar junto a ela, repleto de rosas para deleite dela mas (só este) mais para deleite dele… para se deliciar ao Vê-la sorrir ao olhar para elas, e é claro que também lá foi colocado o sol dela e a lua dele, assim como os lagos, e um único banco, aquele onde ele sempre conversou com ela enquanto ela estava a caminho desse mundo, aquele onde eles agora sem falar.. comunicam.

Um batimento de coração, uma procura de Deus, uma travessia pelas galáxias, uma quase queimadura do sol, e uma quase cabeçada com a lua, foi o simples caminho que ele percorreu para chegar até ela… até ao mundo que ele criou para ela, agora colorido com todas as formas de vida, porque ela chegou!

Foi ela que o levou a percorrer o próprio mundo dele, o mundo que na verdade só existe porque ela existe. E como foi essa viagem? Foi exactamente como as palavras dela a descreveram…

2009-04-23

Damn

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Lyrics to Anymore

Now..I have see
that..I'm not free
Anymore..without You
Anymore..now I'm Free
On this road..with my soul
On this road..I want be

Anymore..Without You
Anymore..Now I'm Free
On this road..with my soul
On this road..with You

In the Look,when light of dark
I stil's eyed my dreams
Sorry-me in the distance,
the shadows in the air

Look on her and hide my peace
All my only smile
Sometimes I belive that's
the way of we in this mind
Is
I'd never wait for her
I'd never been for we

I'm not it
Anymore..Without You
Anymore..Now I'm Free
On this road..with my soul
On this road..with You
Anymore..Without You
Anymore
Now I'm Free

2009-04-15

Never Give All The Heart

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Never give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that’s lovely is
But a brief, dreamy. Kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.

- William Butler Yeats

O Regresso da Lua

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Noite e luar
eu queria cantar
Vamos embora que ainda crece
vamos tentar
Deixa a dor que voce
Leva dentro que tem
Lembra de nos, meu bem,
vamos juntos a cantar

Noite e luar
eu queria saber
Onde estava a vida sem
Voce ao lado meu
Tudo era tao frio
E voce aconteceu
Perto de mim ,meu bem
Vamos juntos a cantar

Deixa la a dor
Tudo va acontecer
Eu preciso perdao
Deixa as duvidas vem
Deixa la amor
Tenho beijos na mao
Eu preciso perdao
eu te quero pra mim

Noite e luar
eu queria cantar
Vamos embora que ainda crece
vamos tentar
Deixa a dor que voce
Leva dentro que tem
Lembra de nos, meu bem,
vamos juntos a cantar

(Patrizia Laquidara, Paolo Buonvino e Mirco aistro. From the movie "Manuale d'amore")

2009-04-14

O Regresso do Sol

«Durante todo aquele Inverno a cega ficou dentro de casa a maior parte do tempo, esperando que o rigor do tempo passasse um pouco…ali vivia sozinha.

Naquela manhã de Abril o frio ficou mais ameno e ela apercebeu-se do perfume estimulante da primavera. Seus ouvidos escutaram o canto alegre de um passarinho do outro lado da janela como que a convidasse para dar um passeio fora de casa.

Preparou-se, pegou na bengala e saiu. Na rua voltou o rosto para o sol, sorrindo agradeceu-lhe o seu calor e a promessa de dias mais quentes.

Caminhou tranquila sorridente pela rua sem saída, ouviu a voz da vizinha oferecendo-lhe boleia, agradeceu mas suas pernas precisavam de andar, todo o Inverno estiveram descansando.

Ao chegar à esquina ela esperou, como sempre fazia, que alguém se aproximasse e a ajudasse quando o sinal ficasse verde.

Os segundos pareceram uma eternidade… ninguém aparecia. Ela percebia muito bem o ruído nervoso dos carros passando correndo como se tivessem que levar seus ocupantes a algum lugar muito depressa.

Por um momento sentiu-se sozinha, desprotegida e para afastar essa sensação começou a cantarolar uma canção de boas vindas à primavera que naquele momento lhe veio à memória, canção que aprendera na escola quando criança.

Eis, que uma voz masculina bem modulada se lhe dirigiu “você parece um ser humano muito alegre… posso ter o prazer da sua companhia para atravessar a rua?”

Ela fez que sim coma cabeça, seu sorriso voltou enquanto murmurava ao mesmo tempo um “sim”.

Delicadamente, ele segurou o braço dela. Enquanto atravessaram devagar, conversaram sobre o tempo e como era bom, estar vivo num dia daqueles.

Como andavam no mesmo passo, era difícil distinguir quem era o guia e quem era o guiado.

Mal chegaram ao outro lado da rua ouviram as buzinadelas impacientes dos automobilistas. Deve ser mudança de sinal, pensaram.

Ela voltou-se para o cavalheiro, abriu a boca para lhe agradecer a ajuda e companhia, mas já ele estava falando “Não sei se percebe como é gratificante encontrar uma pessoa tão bem disposta para acompanhar um cego como eu, a atravessar a rua”

- Baseado no livro Pequenos Milagres – Yitta Halberstam e Judith leventhal, ed. Sextante, págs. 36/37

2009-04-10

For those who "Know"

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I choose to hide
But I look for you all the time
I choose to run
But I'm begging for you to come
I wanna break
But I know that you can take
I stay a while
To be sure that you're by my side
Oh, oh

Don't look at me, just look inside
Cause I can go through
Tell me, are you goin' tired
Of what I don't do
I wanna see, I wanna fight
Cause I don't feel scared
Honey, if you care

I choose to find
Things that you left behind
I choose to stare
But I can take you anywhere
I wanna stay
But my soul leaves you anyway
Can close the door
And love, could you give me more

Don't look at me, just look inside
Cause I can go through
Tell me, are you goin' tired
Of what I don't do
I wanna see, I wanna fight
Cause I don't feel scared
Honey, if you care

Choose love, choose love, love
Choose love, choose love, oh

Don't wanna hear, I wanna fight
Cause this time I won't be wrong
And I can waste this precious time
Asking where do I belong
So let me know your love is real
Cause this time you won't control
Tell me please, what do you feel
Do I have to save your soul

Choose love, choose love, love...

2009-04-08

Pedras no Caminho?

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo."

- Fernando Pessoa