Somos o que sonhamos ser
E esse sonho, não é tanto uma meta
É mais uma energia.
Cada dia é uma crisálida
Cada dia ilumina uma metamorfose.
Caímos, levantamo-nos
Cada dia a vida começa de novo
A vida é um acto de resistência e de reexistência.
Vivemos, revivemos,
Mas tudo isso deixa memórias
Somos o que recordamos
A memória é o nosso lar nómada
Como as plantas ou as aves migratórias
As lembranças têm a estratégia da luz
Caminham para a frente
Tal como um remador que rema de costas para ver melhor
Há uma dor parecida à dor de dentes
À perda física
E é perder uma recordação que amamos
Essas fotografias imprescindíveis do álbum da vida
Por isso há um tipo de melancolia que não prende
Mas sim que nutre a liberdade
É nessa melancolia como na espuma das ondas
Que se realizam os sonhos.
- Manolo Rivas
Poema original
2009-08-19
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