2008-11-06

Se

Se és capaz de manter a calma quando todos ao teu redor
a estão perdendo e te culpando por isso,
Se és capaz de acreditar em ti quando todos duvidam,
dando o devido crédito às suas dúvidas;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou enganado, não passar a mentir,
ou sendo odiado, não dar vazão ao ódio,
e mesmo assim não parecer bom demais, nem pretensioso:

Se és capaz de sonhar sem que teus sonhos te escravizem,
Se és capaz de pensar sem fazer dos teus pensamentos a única meta;
Se és capaz de encontrar o triunfo e a desgraça
e tratar da mesma forma esses dois impostores;
Se és capaz de suportar ouvir as verdades que disseste
torcidas e transformadas em armadilhas para tolos,
ou ver as coisas pelas quais deste a vida, estraçalhadas,
e te esforçar para reconstruí-las com as ferramentas gastas que te restam:

Se és capaz de juntar tudo que ganhaste em tua vida
e arriscar tudo isso de uma única vez,
e perder, e recomeçar tudo novamente
e apesar disso jamais dizer uma única palavra sobre a tua perda;
Se és capaz de forçar coração, nervos e tendões
até que não agüentem mais,
e mesmo assim ir em frente mesmo quando não sobrar nada em ti
a não ser a consciência que lhes impõe “agüentem firme!”

Se és capaz de falar com o povo mantendo teus princípios éticos,
ou no meio de reis não perder a naturalidade,
Se és imune a inimigos pessoais e a grandes amigos,
Se a todos podes ser de apoio sem exageros;
Se és capaz de preencher o minuto fatal
com sessenta segundos de grande valor,
Tua é a terra e tudo que há nela,
e - o que mais importa - tu és um Homem, meu filho!

-> Rudyard Kipling

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